15/09/2025
PB-ÁCIDO COM DADOS: MENOS TENTATIVA E ERRO, MAIS PREVISIBILIDADE.
Controle de qualidade com técnicas avançadas, projetos de inovação e testes normatizados guiando decisões e abrindo novas oportunidades.
Previsibilidade é fundamental
Fabricar baterias chumbo-ácido hoje significa operar sob pressão de custos, metas de garantia, prazos curtos e compromissos de ESG. A vantagem competitiva vem de processos estáveis e decisões ancoradas em dados — da matéria-prima ao produto final. É aqui que a caracterização físico-química e microestrutural faz a diferença: medir o que importa para reduzir variabilidade, encurtar formação e elevar a vida útil, com visibilidade do retorno.
Com base em Curitiba-PR, Brasil, o Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica (ISI-EQ) apoia fabricantes com um pacote integrado:
- DRX (difração de raios X) com quantificação de fases em placas curadas e formadas — incluindo ?-PbO? e ?-PbO? para avaliar o grau de formação;
- MEV/EDS (microscopia eletrônica de varredura com espectroscopia de energia dispersiva) para tamanho e morfologia de cristais 3BS/4BS e mapas elementares;
- Análise elementar de carbono e enxofre (C/S) para aditivos, insumos e para inferir a formação de placas positivas (enxofre residual);
- Espalhamento a laser para granulometria do óxido de chumbo (leady oxide);
- E testes elétricos normatizados de carga/descarga (DIN/SAE/ABNT) que comprovam o efeito em desempenho.
O resultado: menos tentativa e erro, mais previsibilidade.
Onde aperta o calo:
- Distribuição inadequada do leady oxide (D10/D50/D90 fora da janela), resultando em pasta inconsistente e placas irregulares.
- Cura heterogênea e proporções desequilibradas de 3BS/4BS, prolongando o tempo de formação e dispersando a capacidade da bateria.
- Cristais 3BS/4BS de tamanho excessivo ou má distribuição, aumentando o risco de desplacamento e falhas em campo.
- Ausência de rastreamento de Carbono/Enxofre (C/S) e outros elementos em aditivos/insumos e no enxofre residual das placas positivas formadas, dificultando a correlação entre matéria-prima, processo e desempenho.
- Desalinhamento entre os alvos de fase e o perfil de formação, elevando o consumo de energia por Ah e o lead time.
Impacto: Redução da eficiência, alto índice de refugo (scrap), consumo excessivo de energia na formação, custos elevados de garantia e impacto negativo na reputação da marca.
O que muda quando medimos o que interessa?
Alguns pontos críticos do processo e como garantimos a qualidade:
- Espalhamento a laser do leady oxide
- Determina a distribuição (D10/D50/D90), permitindo o alinhamento preciso da produção do óxido, mistura da pasta, empaste e cura. Uma granulometria adequada melhora o empaste, a porosidade útil e a uniformidade da cura.
- DRX com quantificação de fases
Quantifica 3BS/4BS, PbO (massicot/litarge) e outras fases em placas curadas, definindo alvos de cura por família de produto e identificando potenciais contaminações. Em placas formadas, o DRX quantifica ? e ?-PbO?, possibilitando a avaliação da formação e o ajuste do perfil de processo.
- MEV/EDS (análise de imagens + mapas elementares)
Avalia o tamanho, morfologia e distribuição dos cristais 3BS/4BS, detecta contaminantes e segregações de liga. Orienta ajustes de umidade, temperatura e tempo de cura para reduzir o desplacamento e a variação entre lotes.
- Análise elementar C/S
Determina o teor de carbono em aditivos (influenciando a dispersão/molhabilidade na placa negativa) e enxofre em insumos. Em placas positivas formadas, o teor de enxofre residual indica sulfato remanescente, auxiliando na inferência do grau de formação e no refinamento de algoritmos de formação.
- Testes elétricos normatizados
Medições de capacidade (ex.: C20/C10), aceitação e retenção de carga, perda de água, CCA/CA e ciclagens pertinentes. Esses testes fecham o ciclo, comprovando, conforme normas, o efeito das correções em materiais e processos sobre o desempenho.
As Figuras 1, 2 e 3 apresentam exemplos da caracterização de placas curadas e óxido de chumbo. Monitorar e controlar o processo garante agilidade nas correções, prevenindo não conformidades.
Fig. 1 — Difratograma DRX de placa curada. O ISI-EQ utiliza o Refinamento Rietveld em DRX para quantificar fases cristalinas, essencial na avaliação da qualidade da cura.
Fig. 2 — MEV com cristais 4BS em placa curada. O tamanho e a distribuição dos cristais influenciam a formação e as propriedades da placa, enquanto mapas elementares identificam contaminantes ou segregações.
Fig. 3 — Distribuição de tamanho de partículas do leady oxide com D10/D50/D90. O controle periódico do óxido produzido é fundamental para garantir a reprodutibilidade.
1. Embrapii
desenvolvimento/inovação com contratação ágil via Unidade Embrapii (ISI-EQ). Custeio típico:
Empresa 45%, Embrapii 33%, SENAI 22%.
*validar chamada vigente
2. Embrapii Sebrae (MEI/MPE/Startups)
Empresa+Sebrae 30% do total (70/30; limite de R$ 300 mil do Sebrae), Embrapii 50%, SENAI 20%; modalidades DT/ET/AT. Na prática, a empresa pode aportar <10% do total do projeto.
*validar chamada vigente
3. SENAI Aliança Industrial Mover
desafios do setor automotivo; CNAE 27.22 (ou carta de comprovação da cadeia automotiva); ? 3 empresas; custeio: Empresa 20% financeiro + 20% econômico (horas técnicas da equipe, horas de equipamentos etc.) / 60% SENAI
*validar chamada vigente
Como o ISI-EQ pode ajudar a indústria?
- Diagnóstico do processo
Amostragem de leady oxide (espalhamento a laser), DRX (fases em placas curadas e ?/?-PbO? em placas formadas), MEV/EDS (cristais 3BS/4BS e mapas elementares) e análise C/S (aditivos/insumos e placas positivas formadas). Entrega de relatórios técnicos e mapa de riscos.
- Plano de ensaios e DOE
Hipóteses claras (granulometria do óxido, mistura/repouso, parâmetros de cura e perfil de formação), definição de janelas de processo e desenho experimental para separar efeitos com amostragem e estatística adequadas.
- Planta piloto ISI-EQ (operações unitárias)
Utilizamos nossa planta piloto, que reproduz as operações unitárias de uma fábrica, para desenvolver e ajustar novas formulações consumindo muito menos material. Testamos e decidimos rápido, travamos parâmetros críticos e reduzimos risco antes do scale-up. Saídas: especificações de matéria-prima, set-points de processo e critérios de aceitação.
- Pilotos na planta (scale-up industrial)
Após validar na piloto, executamos pilotos controlados na fábrica para ajustar pasta/cura/formação conforme alvos de granulometria e fases, tamanho de cristal e proporções ?/?-PbO?. Amostragem por lote e registro de variáveis de processo e qualidade.
- Transferência de método e treinamento
Padronização de POPs (amostragem laser/DRX/MEV/EDS/C/S; testes normatizados), critérios de aceitação, rotinas de controle e capacitação do time de Controle de Qualidade e P&D.
- Gestão por indicadores (antes/depois)
Acompanhamento de tempo de formação, energia por Ah, dispersão de capacidade (?), perda de água, scrap e retornos de campo, com dashboards e resultados.
Caso 1
Aditivo de carbono funcionalizado para aumentar a ciclabilidade
Problema: índice elevado de retornos em garantia por perda precoce de desempenho em ciclagem profunda.
Abordagem: projeto de inovação para síntese e funcionalização de aditivos de carbono, visando melhorar molhabilidade e dispersão na pasta negativa; diagnóstico completo do processo e implantação de estratégia de controle de qualidade em todas as etapas (insumos, pasta, cura e formação).
Ferramentas e medições: controle de carbono em aditivos, espalhamento a laser (granulometria do óxido), DRX (fases-alvo em curado e ?/?-PbO? em formado) e MEV/EDS (tamanho/morfologia de cristais 3BS/4BS e verificação elementar) para ajustar cura/ formação; testes elétricos normatizados para validar desempenho.
Resultado: baterias com ciclabilidade aproximadamente duas vezes maior em ensaio de ciclagem profunda; a funcionalização do carbono melhorou a dispersão (redução de aglomerados) sem aumento da perda de água.
Caso 2
Correção de ligas em placas positivas (falha por corrosão na formação)
Problema: grades positivas totalmente corroídas ao final da formação, com sucata e queda de rendimento.
Abordagem: investigação metalográfica com microscopia óptica e MEV/EDS para mapear a composição da liga e identificar inclusões/contaminantes e sua distribuição.
Resultado: detecção de depósitos de alumínio e outros contaminantes associados ao uso inadequado de sucata/alumínio no refino do chumbo, favorecendo corrosão acelerada durante a formação.
Ações corretivas: revisão da rota de refino, especificação de chumbo e limites de Al na liga; controle de insumos e monitoramento de recebimento por lote.
Como começar em 3 passos
1. Converse com o ISI-EQ para entendimento da demanda. Discutimos escopo, metas e indicadores.
2. Definimos em parceria o instrumento (serviço técnico direto ou P&D via Embrapii, Embrapii Sebrae ou Aliança SENAI) e estruturamos Plano de Trabalho e/ou orçamento.
3. Checklist documental: CNPJ, CNAE, carta Sebrae (se aplicável), metas técnicas, responsáveis e cronograma.
Pergunte-se!
Qualidade & Processo
- Controlamos D10/D50/D90 e distribuição do leady oxide por lote/fornecedor?
- Controlamos nossa cura: temos alvos de 3BS/4BS por produto e medimos por DRX?
- Conhecemos a distribuição de tamanho dos cristais 3BS/4BS (MEV/EDS) e seu impacto em shedding e formação?
- Medimos formação por DRX (proporções ?/?-PbO?) e C/S (enxofre residual) para acompanhar o processo?
- Nossos testes normatizados evidenciam redução da dispersão de capacidade após ajustes de granulometria/cura/formação?
- Conheço minha bateria e tenho reprodutibilidade suficiente para definir parâmetro de funcionamento e programar sistemas de controle (BMS) adequadamente?
Novos negócios & nichos
- Portfólio pronto para estacionário (solar/eólico, UPS/telecom, off-grid) com especificações de ciclagem profunda/PSoC, retenção, perda de água e temperatura?
- Linha e processo para VRLA/gel/tubular (OPzS/OPzV) voltadas a renováveis intermitentes e backup — o que falta (materiais, método, ensaio, certificação)?
- Preparação para micromobilidade (e-bike, e-scooter, triciclos, carrinhos) com alta ciclagem e recargas frequentes? Qual o custo por ciclo e por km frente ao alvo de mercado?
- Oportunidade em intralogística leve (paleteiras, golf carts, varredeiras) com versões PSoC-robustas?
- Temos rota clara de fomento (Embrapii, Sebrae, Aliança SENAI) para entrar/expandir nesses mercados?
Oportunidades em estacionário e micromobilidade
A demanda por armazenamento estacionário (solar/eólico, off-grid, híbridos e backup) e por micromobilidade (e-bikes, patinetes, triciclos e aplicações tracionárias leves) cresce rápido e exige previsibilidade: operação em PSoC, muitos ciclos profundos, controle de perda de água e formação ajustada ao perfil de uso. O pacote espalhamento a laser (óxido), DRX (fases em curado e ?/?-PbO? em formado), MEV/EDS (tamanho de cristal e mapas elementares) e análise C/S encurta a formação, reduz variabilidade e eleva a vida útil — validado por testes normatizados.
Estacionário para renováveis intermitentes
especificar D50/distribuição do leady oxide e alvos 3BS/4BS adequados a ciclagem profunda/PSoC; rotinas de capacidade/retenção/perda de água para reduzir custo por kWh entregue e ampliar confiabilidade de microrredes e UPS.
Micromobilidade
microestrutura (3BS/4BS) e proporções ?/?-PbO? compatíveis com alta ciclagem e recargas frequentes; controle C/S e contaminantes para estabilizar desempenho entre lotes.
Heverson Renan de Freitas
Coordenador Smart Energy
+55 41 98855-1665 (WhatsApp)
Restrições: informações de fomento são básicas e sujeitas a mudanças; confirme condições na contratação.